Projetos inteligentes: a importância do aço na infraestrutura

Por KB!COM

Vergalhão XCarb / Crédito: divulgação

Em 2024, a construção civil deve ter aumento do PIB em 2,9%, segundo projeção do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), realizada em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV-IBRE). À medida que o setor segue apresentando índices de crescimento, o conceito de “inteligência” também vem ganhando espaço, do planejamento ao acabamento até a modernização de municípios, passando, é claro, pela infraestrutura dos imóveis.

O tema, aliás, foi destaque durante a edição da FEICON no ano passado. Em seu estande, a ArcelorMittal, empresa referência mundial na siderurgia, por exemplo, apresentou uma casa modular em tamanho real, criada exclusivamente para o evento, para reforçar a importância do aço, como uma das matérias-primas que alia eficiência, resistência, proporciona redução de custo e de tempo, além de menor impacto ambiental.

Luís Filipe Batista Cordeiro Araújo, especialista de projetos da empresa, explica que “como grupo, na Argentina, a ArcelorMittal lançou há alguns anos a tecnologia no mercado e decidimos testar um protótipo na FEICON. A Casa foi implementada juntamente com grupo técnico especializado e conseguiu ser montada de forma 100% modular, com aços de baixa emissão de carbono e de alto desempenho. Tudo isso com arquitetura de alto padrão, oferecendo conforto e tecnologia para os usuários”.

Para destacar as vantagens com foco em conceitos de inteligência e ESG, o profissional conta também que, em 2019, a empresa criou o Steligence®,metodologia de análise de ciclo de vida de projetos com uma abordagem holística para atender às exigências da construção sustentável, considerando aspectos econômicos, ambientais e sociais, aplicada ao mercado da construção civil”, ressalta.

Para conhecer mais sobre a importância do aço e como o material pode contribuir para construções mais inteligentes, o especialista concedeu a entrevista abaixo para a FEICON:

 

Com base no conceito de inteligência nos projetos de construção civil, quais tecnologias e soluções a empresa têm desenvolvido e estão ganhando espaço no mercado?

Luís Araújo - O conceito do Steligence®, em conjunto com a parceria com a Cátedra Construindo o Amanhã, da Universidade de São Paulo (USP) permitiu criar um ambiente fértil para desenvolver novos produtos ecoeficientes. Um deles é o vergalhão de alta resistência, o ArcelorMittal 50 S/AR, um aço com desempenho 40% superior ao convencional e que permite aplicar o conceito de desmaterialização. Esse material pode reduzir em até 30% o consumo de aço necessário para elementos estruturais, reduzindo também a emissão de CO2. Um outro exemplo, é o vergalhão XCarb, um produto produzido com 100% de sucata e 100% de energia renovável, que oferece uma redução de 64% de emissão de CO2.

 

Na sua opinião, o aço é um dos principais recursos/materiais para agilizar os projetos de construção civil? Por que?

Luís Araújo - O aço é um dos materiais mais utilizados na construção civil. Cerca de 39% do aço consumido no Brasil é aplicado nesse mercado. Assim, tem um papel fundamental na execução de projetos da construção civil tanto na questão de produtividade quanto de consumo de matérias-primas. Por isso, a escolha de soluções em aço de alto desempenho, baixa emissão de carbono ou mesmo em maiores níveis de industrialização pode afetar a execução da obra como um todo.

 

Pelo acompanhamento que fazem do mercado, como as construtoras brasileiras e os profissionais têm reagido com as novas possibilidades de projeto? Tem crescido a busca por iniciativas que envolvem maior agilidade, redução de custos e menor impacto ambiental pelos clientes da ArcelorMittal?

Luís Araújo - A demanda por esse tipo de análise tem crescido significativamente. Cada vez mais construtoras nos procuram buscando soluções que ofereçam não apenas ganhos econômicos, mas também, ganhos de produtividade e redução de impacto ambiental. Essa demanda aumentou mais de 40% nos últimos 3 anos, sendo necessário inclusive desenvolver novos produtos para atender essa demanda de forma escalável.

 

Como a empresa também tem analisado as tendências do mercado nacional? Há algum departamento de pesquisas envolvido?

Luís Araújo - A ArcelorMittal acompanha as tendências de mercado através de diversas frentes. Temos uma parceria com a Universidade de São Paulo (USP), a Cátedra Construindo o Amanhã, que visa desenvolver e promover novas tecnologias na construção civil. Além disso, estamos presentes nas principais entidades de classe como ABCIC, ABECE, Ibracon e Abramat, além de participações nas feiras e eventos da construção. O Açolab, primeiro hub de inovação da indústria do aço do mundo (criado pela empresa), captura oportunidades em startups e projetos de inovação. E nosso time de R&D conta com 1.500 pesquisadores em 11 centros de pesquisa no mundo próximos às principais operações e clientes.

 

Em termos de tecnologia, na sua opinião, quais as projeções para o mercado de construção civil nacional?

Luís Araújo - A implementação de empreendimentos que sigam a filosofia do ESG vai crescer ainda mais no mercado da construção civil nacional. Fundos de investimentos verdes, cada vez mais, direcionam suas carteiras para negócios com certificações ambientais (Leed, Aqua, GBC).

Além disso, há uma crescente carência de mão de obra na construção civil, que vê sua pirâmide etária estreitar na base. Isso demandará a implementação de soluções que aumentem a produtividade e a industrialização dos canteiros

Vergalhão 50 SAR/ Crédito: divulgação

Nos últimos anos, a construção civil nacional tem conhecido uma série de novidades e tecnologias que estão transformando todas as etapas dos projetos, da análise do terreno à infraestrutura e acabamento, fortalecendo o conceito de “inteligência” neste mercado.

Mais do que conhecer, as construtoras, os gestores públicos, os profissionais de engenharia e arquitetura têm empregado tais recursos na construção de prédios e até na constituição e modernização das cidades.

Exemplo disso, a capital Curitiba (PR) se tornou uma smart city referência mundial ao conquistar, em novembro do ano passado, o principal prêmio do World Smart City Awards, da Fira Barcelona, que reconhece a cidade mais inteligente do mundo em 2023. Já o Ranking Connect Smart Cities 2023, elaborado pela Necta Inova e pela Urban System, destaca as 100 cidades mais inteligentes e conectadas do Brasil e tem mostrado o avanço anual dos municípios.

O assunto foi um dos temas da matéria “Smart Cities: conheça as funções das startups e tecnologias na transformação urbana do país” divulgada no blog no mês passado. Para conferir, clique aqui.

O conceito de “inteligência” seguirá em pauta na 28ª edição do evento, que acontecerá de 2 a 5 de abril, no São Paulo Expo (SP), com exposições de projetos, produtos e tecnologias, apresentados por marcas, gestores públicos, especialistas de mercado e representantes de marcas que são referência no setor.

O credenciamento on-line e gratuito já pode ser feito em www.feicon.com.br.