Smart Cities: conheça as funções de startups e tecnologias na transformação urbana do país

Por KB!Com

Crédito da imagem: Divulgação

Mais do que trazer novas soluções para otimizar obras residenciais, industriais e comerciais, as startups que atuam no setor de construção civil no Brasil também estão contribuindo para o desenvolvimento das “smart cities”, ou cidades inteligentes, pelas tecnologias que podem ser aplicadas em melhorias de infraestrutura, armazenamento de informações e dinâmica urbana. 

 

É o que destaca Chase D. Olson, fundador e diretor de novos negócios da Smart Sky Tech Hub, especializada em plataformas, apps, SaaS, Inteligência Artificial (IA), Computer Vision Softwares, Video Analytics, VR/AR, aplicadas na construção civil. A empresa tem atendido projetos em municípios de São Paulo, Florianópolis (SC), Foz do Iguaçu (PR), Curitiba (PR) e Brasília (DF), conta o especialista em entrevista para a FEICON.

 

“Temos o objetivo de fazer com que cada local, independente do seu nível de tecnologia, saiba por onde começar. Conceitualmente, o Brasil tem acompanhado o ritmo de inovação urbana de outros países. Isso tem sido possível devido à atuação de várias empresas que são referências em inovação, como a iCities, a Bright Cities e várias outras. A dinâmica de uma smart city vai além da engenharia, está relacionada à tecnologia da informação (TI), com gamificação, metaverso e outras ferramentas envolvidas, ou seja, há todo um trabalho em mundo virtual, georreferenciado a partir do real”.

 

Toda essa gama de recursos, que tem mobilizado engenheiros, arquitetos, projetistas e profissionais de TI, tem trazido resultados positivos. Um dos exemplos é Curitiba, capital do Paraná, que em novembro conquistou o principal prêmio do World Smart City Awards, da Fira Barcelona, e foi reconhecida como a cidade mais inteligente do mundo em 2023. A premiação é vista como a mais importante neste segmento.

 

O resultado reflete o avanço na otimização de espaços públicos e serviços de forma a melhorar a qualidade de vida. “Florianópolis tem o melhor ecossistema desenvolvido. Já Curitiba tem se destacado pelos avanços de mobilidade, saneamento e saúde”, opina Olson.

 

Ranking e panorama nacional

 

O município paranaense também ocupa posição de destaque no Ranking Connect Smart Cities 2023, desenvolvido pela Necta Inova e pela Urban System, que analisa, anualmente, o desenvolvimento de municípios nacionais com base em 74 indicadores em 656 cidades com mais de 50 mil habitantes, incluindo modais de transporte, saúde, sistemas de iluminação inteligentes, educação, plano diretor estratégico, fibra ótica, cobertura 5G, densidade de banda larga fixa, porcentagem de recuperação de resíduos, energia renovável, entre outros.

 

No estudo, Florianópolis, Curitiba, São Paulo (SP), Belo Horizonte (MG) e Niterói (RJ) ocupam as cinco primeiras posições, respectivamente. Outras capitais como Salvador (BA), na 9ª colocação, Fortaleza (CE), em 18ª; Brasília (DF), em 14ª; Campo Grande (MS), em 20ª e Palmas (TO), em 38º, são exemplos de como o processo de modernização está presente nas cinco regiões do país.

 

Sobre isso, Olson acrescenta que “no Rio de Janeiro, o blockchain (banco de dados inovador para compartilhamento de informações) e web3 (para gerenciamento de dados) têm ganhado espaço e que a cidade concentra muitas startups e inovação; Vitória (ES), está evoluída na utilização de gêmeo digital, com réplica da cidade em nuvem para melhorar questões de segurança, iluminação pública, fazer simulações e automação; e Fortaleza (CE) também tem investido em recursos de modernização”.

 

Apesar dos resultados, o CEO informa que o país ainda tem muito para avançar nesta área. “A cidade inteligente precisa ser um ambiente multidisciplinar, mas funcionar como um todo, um ecossistema. Não é algo tão fácil, mas está acontecendo. O que eu quero dizer com isso? Ambientes públicos, privados, universidades devem estar conectados. Este circuito de comunicação entre os diversos departamentos e indústrias precisa existir. Em muitos municípios, essa integração não acontece”.

 

As tecnologias envolvidas

 

De metodologias a ferramentas digitais, o especialista destaca algumas opções associadas ao desenvolvimento do conceito de cidades inteligentes para conhecimento dos profissionais do setor.

 

Ele explica que três tipos são essenciais: softwares de engenharia como a família a Autodesk ou Hexagon, para a modelagem da cidade; os softwares GIS (Geographic Information Systems) ou SIG (Sistema de Informação Geográfico), como são conhecidos no Brasil, como por exemplo o Google Earth, para analisar o espaço ao redor, como as características da população, a renda média, o nível de criminalidade, os pontos de maior trânsito e uma diversidade de informações; e os gaming softwares, como Unity ou Unreal Engine, para experiências imersivas e simulações em 3D.  

 

Smart City: o conceito

 

Cidade inteligente é um conceito amplo que envolve a otimização do espaço urbano e da integração de serviços, com o intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas, em quesitos como educação, saúde, planejamento e mobilidade urbana, consumo de energia, inovação, governança, segurança, sustentabilidade, empreendedorismo, economia, alimentação, emprego, entre vários outros.

 

Olson reforça que “o principal foco da smart city é o cidadão. A partir daí, tem-se características, como, primeiramente, uma infraestrutura baseada em tecnologia, como BIM, GIS e os gêmeos digitais, termos muito importantes para que uma cidade possa começar se entender melhor, ações de preservação ambiental, transporte público eficaz e altamente funcional, melhoria de mobilidade, acesso a vias bem iluminadas, alto nível de segurança. Enfim, é um conjunto de planos bem evoluídos e progressivos”, finaliza.

 

Diversas soluções que compõem o processo de modernização das cidades, de tecnologias a produtos, poderão ser conferidas na FEICON.

 

A edição 2024 será de 2 a 5 de abril, no São Paulo Expo. O credenciamento começa em janeiro. Informações em www.feicon.com.br.