Inovação que vai além da tecnologia
Por Sergio Costa, presidente da Amanco Wavin no Brasil.
Crédito da Imagem: Materiais eficientes energeticamente via ArchDaily
O uso de robôs, drones, inteligência artificial ou máquinas é comumente assimilado ao conceito de inovação. Para muitos, inovar é trazer tecnologia de ponta aliada a produtos e soluções que farão brilhar os olhos dos consumidores ou do mercado para algo inédito. No setor da construção civil, isso vai além e anda de mãos dadas com o uso inteligente dos recursos e oferta de soluções diretamente ligadas às necessidades do consumidor e da sociedade como um todo.
Ações como melhorar uma edificação para o usuário em termos de estrutura, aperfeiçoar processos produtivos ou implementar novos métodos para otimizar o uso de recursos estão ligadas ao processo de inovar. Pensar além do óbvio, com um olhar crítico para como o mercado pode elevar a sua importância e evoluir de forma conjunta com o planeta, traz valor ao segmento e provoca os players a estarem cada vez mais conectados.
Dessa forma, vejo a inovação na construção civil caminhando lado a lado com pilares como aumento de eficiência, escolha de novos materiais de construção e o desenvolvimento de soluções práticas que traduzam as demandas de uma sociedade cada vez mais preocupada com sustentabilidade, infraestrutura e preservação de recursos. Diante disso, o olhar do setor para a oferta de produtos e soluções que se encaixem no conceito de Cidades Resilientes ao Clima também se faz necessário.
Seja no lançamento de uma simples calha que colete água da chuva e ofereça proteção e design moderno para a obra, até a apresentação de um produto que, aliado à essa calha, seja responsável por armazenar águas pluviais estimulando o reuso desse recurso, é preciso agregar valor à solução. Um valor que tenha um quê de inovação, mas que também faça sentido diante de todas as mudanças que o mundo vem passando.
As inovações no mercado também incluem a adoção de práticas de construção inteligentes que resultam em melhorias na segurança, eficiência e qualidade do trabalho. Técnicas como os Métodos Não Destrutivos (MND) que, além de favorecer a eficiência de uma obra, levam em consideração a rotina das cidades, são fruto da vontade de aliar inovação à construção em um ritmo acelerado, seguro e eficiente ao bem-estar diário dos cidadãos.
Tecnologias avançadas, como impressão 3D e realidade aumentada, para otimizar processos de construção são fundamentais para trazer a modernidade para o mercado. Porém, dentro desse processo, não podemos esquecer do papel social da construção civil. Nesse sentido, o setor tem uma atuação diretamente ligada ao desenvolvimento econômico e estrutural, e deve sempre buscar realizar projetos inovadores que gerem impactos favoráveis para uma comunidade, cidade ou país. A implementação de novas tecnologias precisa ir além da rotina do canteiro de obras, auxiliando na transformação das regiões, tanto na geração de mão de obra e na melhoria do ambiente local para o crescimento de novos empreendimentos, como na prevenção de fenômenos causados pelas mudanças climáticas, como alagamentos e longos períodos de estiagem, nesses casos com o armazenamento eficiente de água.
É indiscutível que a inovação reduz custos, aumenta a produtividade e valoriza o projeto, mas também precisamos enxergar que ela é uma importante aliada para pensarmos em um ambiente de negócios que gere impacto positivo a longo prazo, inclusivo e cada vez mais sustentável para a sociedade.