Em agosto, otimismo do empresariado paulistano cresce pelo terceiro mês seguido, diz FecomercioSP
Por FECOMERCIO SP
Negócios estão mais confiantes com futuro da economia, mas ainda esperam para investir, mostra pesquisa.
A melhora gradual de junho em diante indica como o empresariado está olhando para o futuro próximo com bons olhos (Arte: TUTU)
O otimismo do empresariado da capital paulista segue em rota de crescimento. Em agosto, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC), elaborado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), subiu 2% na comparação a julho, passando de 105,7 para 107,8 pontos. No mês anterior, a pontuação era de 104,4. O melhor resultado deste segue sendo o registrado em janeiro, quando o ICEC estava na casa dos 114 pontos.
No entendimento da Entidade, o avanço do indicador reflete como os setores produtivos da cidade já estão observando a melhora relativa da economia do País, com quedas da inflação e dos juros, além da expectativa pelo retorno das famílias ao consumo como consequência do programa do governo Desenrola Brasil, que pode tirar muitas delas da fila da inadimplência nos próximos meses.
Por outro lado, a Federação alerta que os dados ainda sugerem cautela. A conjuntura econômica desfavorável permanece, como se vê na baixa taxa de conversão em vendas do comércio. Hoje, as empresas acumulam grandes volumes de estoques e, com isso, investem menos recursos do que poderiam. Isso explica, em parte, a retração significativa de 9,2% do ICEC se comparado ao mesmo mês de agosto de 2022 — quando estava na casa dos 118 pontos. O ICEC é constituído por três subindicadores: o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC), o Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) e o Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC).
Ao analisar cada um deles separadamente, fica mais fácil compreender o resultado como um todo: o IIEC — que mede o quanto os empresários estão dispostos a investir nos próprios empreendimentos neste momento — não se movimentou de agosto para julho, permanecendo em 100,7 pontos. Em relação ao mesmo período do ano passado, a queda é de 7,9%.
A melhora gradual de junho em diante, porém, não é trivial: ela indica como o empresariado está olhando para o futuro próximo com bons olhos. O IEEC, que mensura como esse grupo está mirando os próximos meses, cresceu 3% em agosto, por exemplo. É o terceiro mês seguinte de alta, saindo da faixa dos 133,6 pontos, em junho. Nesse indicador, a variável que mais cresceu foi justamente a expectativa com a economia brasileira: 4,6%.
O mesmo é observado no ICAEC, que apontou alta de 2,7% em agosto, mas acumula queda de 17,1% na comparação anual. Dentro dele, a variável que mais cresceu em agosto foi a que diz respeito a como os empresários estão olhando hoje para as condições econômicas do Brasil (4,2%).
Além deles, outro indicador relevante para mensurar a conjuntura é o Índice de Expansão do Comércio (IEC), que analisa a propensão por novos investimentos a partir das perspectivas dos agentes. Em agosto, manteve-se no mesmo patamar de julho (106 pontos), mas a comparação anual revela uma queda relevante de 12,5%.
ESTOQUES ALIVIAM
Tão importante quanto, o Índice de Estoques (IE) cresceu 2,4% em agosto, porém também registrou queda em comparação ao mesmo mês do ano passado (-12,5%). Hoje, quase seis em cada dez empresários do comércio paulistano (56,5%) afirmam que a situação dos estoques é adequada. Um quarto deles, por outro lado, diz que a situação não é a ideal (26,4%).
Para a FecomercioSP, as empresas devem ajustar as estratégias de vendas ao fluxo de caixa, principalmente no que diz respeito à gestão de estoques. Se esses dois elementos estiverem equilibrados, haverá menos chances de comprometimento no faturamento.
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