Metaverso e Construção Civil: uma realidade que já existe
Por Redação Olhar Digital
Créditos de imagem: Divulgação Olhar Digital/Shutterstock
Durante anos o setor da construção civil recebeu o título de atrasado no que tange à adoção de novas tecnologias. E ainda existe uma certa tendência de processos engessados, vindos dos anos 80, que não combinam mais com a execução da construção civil moderna e com o metaverso. A falta de controle e de planejamento, por exemplo, refletem em atrasos, riscos e mais custos para as obras.
A boa notícia é que esse cenário tende a se tornar passado graças às investidas do Governo em estimular os investimentos em softwares baseados em BIM (Building Information Modeling), metodologia que envolve a integração de ferramentas a fim de se obter um modelo digital composto por informações detalhadas e multidisciplinares de uma edificação, como custos e cronogramas.
Hoje, o Brasil lidera em 53% o ranking global de países que aderiram ao BIM, segundo a pesquisa divulgada pela Autodesk e conduzida em parceria com a consultoria IDC. É neste ponto que temos pavimentado o caminho para que o setor esteja entre os primeiros adeptos do Metaverso. E por quê?
O Metaverso nada mais é do que a representação de um modelo real em 3D num ambiente virtual e compartilhado, sendo constituído por tecnologias como Realidade Aumentada, Realidade Virtual e internet. Uma novidade? Não para o setor da construção, que usa essas tecnologias no contexto de processos BIM.
Essas organizações, que entenderam o BIM além de uma representação em 3D e já reúnem ferramentas para trabalhar colaborativamente no universo digital, podem cunhar o título de inovadoras, ou early adopters, do Metaverso. Samsung, Hitachi e Metrô de São Paulo já estão entre essas empresas, só para citar algumas das mais de 400 que temos conhecimento da adoção da realidade virtual aplicada nas rotinas de negócios.
Com a digitalização de modelos reais e o escaneamento, a tendência é também passar a usar o Metaverso no acompanhamento, supervisão e fiscalização de obras. Já existem soluções prontas para isso. A grande sacada é que não se trata de uma aplicação “isolada”, mas um local que converge outros sistemas de acompanhamento, tudo integrado com as demais aplicações. Não há dúvida de tudo o que está sendo realizado em termos de digitalização da construção e isso não é ficção científica, não é no estrangeiro. É no Brasil e com custo acessível a qualquer empresa.
Marcus Granadeiro é sócio-diretor do Construtivo