Juntos com o cliente: tecnologia é grande aliada da construção civil

Por Redação Jornal de Brasília

Sabe-se que a construção civil é hoje um dos ramos mais importantes para a economia brasileira, movimentando o PIB e gerando empregos.

Crédito de imagem: Eros Canedo (arquivo Jornal de Brasília)

*Eros Canedo

A alta dos juros combinado a fatores que diminuem o poder de compra de lojistas e consumidores nos faz perceber que o mercado precisa cada vez voltar sua atenção às inovações. Novas ideias e tecnologias que permitam o barateamento de produtos e proporcionam mais agilidade nas obras já existem e são nosso braço de apoio neste momento.

Sabe-se que a construção civil é hoje um dos ramos mais importantes para a economia brasileira, movimentando o PIB e gerando empregos. Só em março deste ano, foram criadas mais de 25 mil novas vagas, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Previdência. O segmento foi o segundo que mais gerou emprego no país no período.

O setor é forte e tem a tecnologia como grande propulsor. Com avanços, é possível reinventar o mercado, unindo um ótimo custo-benefício às vantagens que podem ir desde ganhos nos setores econômicos, até socioculturais e ambientais.

Processos tecnológicos nos permitem, a médio e longo prazo, otimizar o uso dos insumos, visando reduzir o desperdício de materiais e o uso de matéria prima de custos elevados; agilizar processos, através da mão de obra facilitada; produzir estruturas com mais resistência à deterioração e muitas outras vantagens do uso.

Digitalização do consumo e das plataformas

O uso da tecnologia, no entanto, não deve estar restrito ao material utilizado. Vendas e incentivos através de plataformas de e-commerce, além de crescerem nos últimos anos, pontuam mais uma possibilidade e avanço para o segmento, que é a do crescimento da variedade e das novidades de ofertas de produtos.

Como exemplo, a Confederação Nacional da Indústria observou que sete em cada dez empresas já entraram no processo de digitalização. Nos últimos cinco anos, 69% das empresas da indústria brasileira passaram por um processo de digitalização e aderiram às novas tecnologias.

E o varejo acompanha essa onda. A retenção do cliente, que é bem praticada através do cafézinho e do bom atendimento no caixa, avançou para o digital. Os programas de fidelidade também são ferramentas essenciais para o vendedor, afinal, manter um cliente custa menos do que conquistar um novo. O ano de 2021, por exemplo, sinalizou um saldo positivo para o mercado de fidelidade, como apontam os indicativos da Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (ABEMF). A ABEMF ainda apurou que os clientes preferem receber de seus programas descontos para compras em lojas e cashback.

Em levantamento da Juntos Somos Mais, elaborado em agosto de 2021 com os varejistas da construção civil, percebemos isso. Para 85% dos proprietários de lojas do setor, os canais remotos (site, e-commerce e marketplace) e digitais (WhatsApp, telefone e televendas) ajudaram a conquistar novos clientes e 84% afirmam que os mesmos ajudaram a aumentar vendas. Não é à toa que percebemos que a grande maioria das lojas vendem por canais digitais ou remotos (95%), principalmente por Whatsapp (92%).

Atualmente, 27% do faturamento das lojas participantes da pesquisa vem do remoto ou digital. E, entre as empresas que já vendem no digital, 43% do faturamento é proveniente de canais remotos ou digitais. Esses dados são bem representativos porque nos mostram que o setor já possui uma boa abertura para a transformação digital.

Por outro lado, apenas 12% dos varejistas da construção civil vendem por canais totalmente digitais, o que nos abre muitas possibilidades para inovação. Aproveitar bem o espaço virtual se traduz em lucro, mesmo que a compra presencial ainda seja importante. O e-commerce do Brasil faturou só no ano passado mais de R$ 161 bilhões. Foram mais de 353 milhões de entregas, com valor médio por compra de R$ 455, conforme levantamento da Neotrust.

O mercado tem muito a evoluir. Grande parte do ramo de construção civil ainda é considerada analógica e offline. Aliados com a tecnologia e com novas ideias é possível desenvolver ainda mais esse setor que já é uma das forças motrizes do Brasil.

*CFO da Juntos Somos Mais