Conferência Internacional da FEICON aborda uso de ESG como estratégia de negócio
Conferência Internacional da FEICON aborda uso de ESG como estratégia de negócio
Painel também destacou o papel da sustentabilidade para o futuro da construção civil
Na manhã desta quarta-feira (9), a Feiconference – Conferência Internacional da Construção e Arquitetura, que é realizada durante a FEICON 2025, recebeu o painel "Jornada para chegar aos 360 anos: ESG como estratégia de negócio", com a participação de duas representantes da Saint-Gobain: Carla Klein, gerente de Sustentabilidade para a América Latina, e Paula Rocha Ferrador, gerente de Sustentabilidade da divisão de abrasivos na América do Sul.
A conversa girou em torno do papel da sustentabilidade como um eixo estratégico para o futuro da construção civil — e também como um dos pilares da longevidade da empresa, que foi fundada há 360 anos.
"Celebramos 360 anos de história dentro da Saint-Gobain. A inovação, a excelência operacional e as questões de ESG realmente direcionam toda a nossa agenda e estratégia para termos essa longevidade", destacou Carla.
Desafios ambientais
Ao abordar os desafios ambientais do setor da construção, as gerentes falaram sobre o investimento em soluções que promovem a circularidade — conceito que vai muito além da reciclagem, como explicou Paula Ferrador. "Quando falamos de performance, falamos de estender a vida útil do produto, e isso também é uma ação de circularidade. Se ele demora mais para chegar ao fim de vida, estamos contribuindo para o ciclo circular."
Carla trouxe também exemplos práticos da atuação da Saint-Gobain nesse sentido. Um deles é a planta localizada em Benevides, no Pará, onde a empresa substituiu o uso de gás natural por biomassa feita com caroço de açaí no processo de secagem da areia usada na produção de argamassa. "É uma solução que reduz o impacto ambiental e valoriza um resíduo regional, o que também gera desenvolvimento local", explicou.
As embalagens também estão no foco. Um exemplo citado foi o da argamassa: “Antes, nossa sacaria era feita com papel e plástico juntos, o que impossibilitava a reciclagem. Agora conseguimos desenvolver um modelo 100% papel, o que facilita todo o processo”, contou Carla. Segundo ela, é essencial pensar a sustentabilidade desde o design da embalagem, para que a logística reversa seja viável na prática.
Por fim, Paula explicou a importância da análise do ciclo de vida (LCA, na sigla em inglês), ferramenta que avalia o impacto ambiental de um produto desde a extração da matéria-prima até o descarte. “Não é só a pegada de carbono que importa. A gente também olha para outros fatores, como emissão de poluentes, contaminação do ar e esgotamento de recursos. E tudo isso é feito com base em normas internacionais”, concluiu.