Casa criada com impressora 3D vai simular vida em Marte
Por Paloma Oliveto | Via Correio Brasiliense
A casa de 160 metros quadrados inclui uma fazenda vertical para cultivo de vegetais, uma sala dedicada a procedimentos médicos, uma área de relaxamento e estações de trabalho.
Crédito da imagem: Foto: Mark Felix / AFP / CP
À primeira vista, parece uma casa comum, com quatro quartos e uma academia. Mas, na verdade, é uma casa criada com uma impressora 3D e pensada para que, a partir de junho, quatro pessoas vivam ali confinadas durante um ano, simulando a vida no planeta Marte. O habitat, chamado Mars Dune Alpha, foi revelado pela Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) e está localizado nas instalações de pesquisa do Centro Espacial Johnson, em Houston, Texas. Aqueles que residirem lá ajudarão a preparar uma futura missão ao planeta vermelho.
A casa de 160 metros quadrados inclui uma fazenda vertical para cultivo de vegetais, uma sala dedicada a procedimentos médicos, uma área de relaxamento e estações de trabalho. Há também uma porta que leva a uma área de simulação do ambiente marciano. No chão de areia vermelha, há uma estação meteorológica, uma pequena estufa e uma esteira, onde os voluntários caminharão suspensos por correias. "Não podemos fazê-los andar em círculos por seis horas", brinca Suzanne Bell, gerente de programa do Laboratório de Desempenho e Saúde Comportamental da Nasa. Ela explica que essa área replicará o esforço e o tempo necessários para a atividade física em Marte.
Sob estresse
Os nomes dos voluntários ainda não foram divulgados, mas não serão astronautas. Eles estarão sob estresse regularmente, com restrições de água ou falhas de equipamento, por exemplo. A casa foi toda impressa em 3D. "Esta é uma das tecnologias que a Nasa está buscando para, potencialmente, construir habitats na superfície de outros planetas ou na Lua", diz Grace Douglas, pesquisadora que supervisiona o experimento.
A Nasa prepara uma viagem de ida e volta a Marte, mas ainda faltam vários detalhes. A missão, que duraria vários anos, poderia ocorrer "no fim da década de 2030", segundo o administrador da agência, Bill Nelson.